mercoledì 18 luglio 2012

Il Vittoriale

Na semana passada estive fazendo uma segunda visita ao Vittoriale, a casa-obra-vida-poesia de Gabrielle d'Annunzio, o soldato poeta italiano; belissimo local a ser conferido no sitio www.vittoriale.it pelos interessados.
Durante o passeio, fui inspirada a refletir sobre tudo aquilo que ouvia e observava a partir das explicaçoes da guia. Fui assomada por grande emoçao que ainda me comove agora. A casa foi adquirida por Gabrielle e constituida como Cittadella monumentale entre 1921 e 1938. La Prioria ou La Fabbrica, compreendendo a casa, é um poema e uma declaraçao de propositos quanto à vida e sua propria obra pessoal.  Os jardins completam sua assinatura, e, dai para frente, ainda museu e anfiteatro criados apos sua morte, mas com sua projeçao ainda em vida.
Grande poeta, amante, politico e soldado, Gabrielle marcou sua vida por cultivar grandes paixoes e construir a expressao de sua obra por simbolos fortes que remontam à Antiguidade Greco-romana, à figura de Michelangelo Buonarroti e à Friedrich Nietzsche e sua proposiçao do superhomem, o além do homem, o qual transcende o animal e o homem por meio da vontade de potencia.
Rituais de homenagens e juramentos sao recordados nos jardins como meio de sinalizar que as ideias necessitam ser mantidas à vista e veneradas. Estar sempre em conexao e expressao de seu proprio fervoroso credo humano. Ele escreve que "A saudade é o alimento vão de um espírito desocupado. É preciso, acima de tudo, evitar a saudade ocupando sempre o espírito com novas sensações e novas imaginações." E sua obra-casa-moumento é a representaçao dessa ideia. Tudo, em cada pequeno detalhe é o dizer de seu pensar, de seu sentir; nao ha espaço em que nao haja um objeto, uma frase, um livro, uma cor, uma disposiçao de moveis e paredes; sempre com a clara intençao de provocar a reflexao do observador que o frequentava, bem como dos seus atuais hospedes fugazes, os visitantes do complexo monumental. Pensar nas suas e nas nossas condiçoes atuais, nas vias de acesso à uma vida plena de significados, nos entrecruzamentos sacro-profanos, nas possibilidades de conciliaçao religiosa oriente-ocidente.
Apesar de d'Annunzio ter um gosto pelo supérfluo, pela vida faustosa e requintada, pelo exagero de signos e simbolos, sua atitude firme em cumprir o plano de registrar seu pensamento e sua obra exteriormente me interessam. Penso sempre que devemos amealhar signos com seus significantes e seus significados para melhor dizermos de nos mesmos, sendo mais conscientes nessa expressao, ja que inconscientemente o fazemos sempre.
Como nos vestimos, o que comemos, a quem veneramos, o que lemos, o que bebemos, onde vamos, o que fazemos profissionalmente, a quem amamos, onde e como descansamos, como moramos, sao sinais para o mundo dizendo quem somos, qual nossa cosmovisao e nossos projetos de inserçao. Uma observaçao atenta permite identificar os indicios e nos auxiliam a conhecer e a escolher nossos pares na vida, assim como eles com referencia à nos.
Pode dizer-se que o exterior vez ou outra esconde o interior mas eu penso que, de qualquer maneira, o ser se manifesta no ente, que a expressao sensivel acaba por revelar as intençoes internas, as essencias que sustentam a realizaçao no mundo de quem se é, numa maneira heideggeriana de ver. Aquilo que se é sempre se manifesta, nem que seja por um ato falho freudiano.
Também pode pensar-se que ao ostentar signos a pessoa se esforça a expressar a realizaçao de um ideario que se esboça como desejo, que se reforça pela exterioridade para confirmar o proposito de mudança, de assunçao de um novo caminho.
Assim diz-se que os mitos precisam de ritos para serem lembrados, recordados, para se presentificarem para seus postulantes. Assim uma vida, ainda que em sua obscuridade, em sua condiçao anonima, se reveste de sinais a personificarem, para a pessoa mesma e para um possivel observador ou partilhante, seus mais caros compromissos de alma.
Ritualizar e assinalar foram marcas da representaçao da obra d'Annunziana e penso que também para nos, que nao somos homens de genio, seria importante fazer da vida uma arte expressiva de nosso sentir-pensar.



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